quarta-feira, outubro 29, 2008

Vitória pela ponta, liderança pelas beiradas.

Em 2007, ainda no primeiro turno, São Paulo e Botafogo travavam uma disputa pela ponta do Brasileirão. Em uma “final antecipada”, no Maracanã, o Tricolor venceu o Fogão e dali em diante levou tranqüilo o campeonato, levando o caneco no final.
Hoje, novamente eles se enfrentam no Rio, só que no Engenhão, onde o time de Muricy Ramalho ainda não jogou desde a estréia do estádio. Diferente também do ano passado, não pode ser considerada uma final, haja vista que na ponta da tabela há uma disputa acirrada entre quatro equipes, faltando apenas 7 rodadas para o final.
Porém, uma vitória hoje pode, inclusive, deixar o São Paulo na liderança junto com o Grêmio. Isso porque os gaúchos enfrentam o Cruzeiro (3º colocado, 55 pontos) no Mineirão. No caso de uma vitória cruzeirense e o São Paulo fazendo também a sua parte, o tricolor empataria no número de pontos (59), mas permaneceria com a segunda colocação por conta do número de vitórias (antes do início desta rodada, o Grêmio tem 17 e o São Paulo, 15).
Muito difícil prever algo em um campeonato tão disputado como este. Porém, uma vitória hoje no Rio, contra o mesmo Botafogo do ano passado, pode fazer com que o campeonato termine do mesmo jeito que em 2007.

Para sair da beirada

A Portuguesa tem tudo para sair do grupo do rebaixamento hoje a noite, quando enfrenta o Ipatinga, no Canindé. Isso porque, na 17ª colocação, a Lusa pode chegar a 35 pontos no caso de uma vitória contra o lanterna do torneio, que tem 28 pontos ganhos até o momento.
Além disso, nesta rodada haverá outros confrontos diretos entre equipes que lutam para fugir da série B de 2009. Amanhã, o Vasco (19º lugar, 30 pontos) recebe o Atlético-PR (18º lugar, 31 pontos). Sem falar no Náutico (16º lugar, 32 pontos), que terá partida muito difícil amanhã contra o Internacional (7º lugar, 47 pontos) que quer a todo custo entrar no G-4 de cima e disputar a Libertadores ano que vem.
Dependendo dos resultados, a Portuguesa pode terminar a rodada até em 15º lugar. Não salva, mas alivia. Entretanto, para quem quer uma salvação, um alívio já é um bom começo.

Três pontos ou o psicólogo

O Palmeiras recebe hoje a noite o Goiás precisando vencer a qualquer custo. A derrota para o Fluminense, no último sábado, além de tirar o Verdão do G-4 (é o quinto colocado, com 55 pontos) tirou a tranqüilidade da equipe. A declaração do goleiro Marcos, que pediu um psicólogo para o time não ficar tão instável, não foi vista com bons olhos pelo restante do elenco. Após a lavagem de roupa suja que ocorreu ontem na Academia do Futebol, Vanderlei Luxemburgo e seus atletas buscarão contra o Goiás a primeira vitória em quatro jogos. Depois de vencer o Atlético-MG, o Palmeiras empatou com Figueirense e São Paulo, além de perder para o Tricolor carioca e para o Argentinos Juniors, pela Sul-Americana.
Tudo isso faz a vitória hoje ser mais do que necessária para o Verdão. Jogando em casa, contra um dos melhores times do returno deste Brasileiro, a torcida irá apoiar como sempre pelos três pontos. Se o time não fizer a sua parte, chamem o psicólogo, ou um segurança.

Ausência

Antes de tudo, o blog pede desculpas pela demora nas postagens. Infelizmente, nosso departamento técnico anda deveras ocupado com o novo projeto gráfico para o De Chaleira. Portanto, nossas alterações ficarão para o ano de 2009. Marcelo Manfré deu um tempo nos esportes e atualmente está com um projeto muito legal, a Rota do Conhecimento (www.rotadoconhecimento.com.br), não perca.
Eu estou em fase final de universidade, então não dá para marcar bobeira, mas logo tudo volta ao normal.
Hoje, faremos uma análise dos jogos dos clubes paulistas para esta noite no Brasileirão. Após o apito final, voltamos com comentários e análises das partidas.

Um forte abraço.
Leonardo.

domingo, agosto 03, 2008

Em obras


O blog está passando por algumas reformulações, em breve teremos novidades.

quarta-feira, junho 25, 2008

A volta do "professô"

As Olímpiadas começam dia 08 de agosto, e a seleção brasileira estará lá em busca da tão sonhada medalha, a única que falta para o futebol pentacampeão! É este o foco da imprensa sobre a equipe de Dunga? Não, o assunto do momento é o próprio técnico Dunga e os prováveis substitutos que podem assumir o comando para a continuação das eliminatórias, em setembro.

E porque vamos nos preocupar com o futebol brasileiro em Pequim, se até mesmo a CBF não está nem aí pra Olimpíadas. Isto é fato. Se estivessem, não começariam a preparar a equipe faltando pouco mais de um mês para a competição. Acontece que seleção olímpica não dá dinheiro com amistoso, então, manteve a seleção "principal" (??) atuando nos últimos jogos amistosos e eliminatórias. Pode até ser que o ouro venha, o que eu acho difícil, mas será muito mais por esforço dos atletas do que por o bom futebol apresentado por um EQUIPE. Quem sabe em 2016, quem sabe no Rio de Janeiro, quem sabe sem Ricardo Teixeira. Quem sabe?

Quanto ao próximo treinador, conhecidos apostam em Zico, Muricy Ramalho, Paulo Autuori e Wanderley Luxemburgo. Esqueçam o Zico. O Galinho já deu declarações que, enquanto Ricardo Teixeira estiver no comando, não trabalhará mais pelo Brasil. Muricy pode até ser, mas o São Paulo voltou a apresentar um bom futebol, ele tem o respaldo do presidente e não gosta muito de quebrar contratos, algo que Autuori também não é muito fã. Tudo bem que para trabalhar para a Seleção Brasileira é diferente, mas ali ocorre alguns mandos e desmandos que esses dois são capazes de levar em consideração para negar o cargo agora.

Agora, o Luxa eu acredito que saiu muito mais por conta das turbulências que sua vida pessoal atravessava na época do que o fracasso de Sidney. Como eu disse, a CBF não se importa com as Olimpíadas. Fosse assim, Zagallo também teria caído, em 1996.

O momento de Luxemburgo hoje é diferente do que ele vivia em 2000. É um treinador que de lá para cá deu a volta por cima, ganhou dois Brasileiros, uma Copa do Brasil e quatro Paulistas, sempre deixou claro que tem como meta retornar ao comando da seleção e - até agora - está com sua vida pessoal tranquila.

Algum outro? Sinceramente não vejo nomes além destes e do Felipão que mereceriam o cargo. Como Scolari acabou de se mudar para a terra dos Beatles, é impossível assumir o Brasil agora. Por isso acho que o Luxa leva essa.

Irmãs de sangue

O texto abaixo é antigo, já tem quase um ano, mas é sempre válido quando tratamos de torcidas organizadas. Como Manfré e eu fizemos um estudo sobre jornalismo que envolveu torcidas organizadas, achamos pertinentes colocarmos esta coluna do Paulo Vinícius Coelho que foi divulgada no Diário Lance! do dia 23 de agosto de 2007.

Irmãs de sangue

Paulo Vinícius Coelho

"Como por encanto, as cenas de violência voltaram às arquibancadas. Reapareceram do lado de fora de São Januário, na briga entre Força Jovem e Ira, no domingo passsado. A Ira é dissidência da Força Jovem, maior e mais tradicional facção cruzmaltina.

A briga escancara que cada idiota vestido com os símbolos da Força ou da Ira torce mais por sua uniformizada do que pelo Vasco.

O mesmo vale para a discussão entre Torrcida Jovem e Raça Rubro-Negra. As duas saíram na porrada na arquibancada do Parque Antárctica, também no domingo passado. A Jovem é torcida-irmã da Independente, do São Paulo, e os torcedores das duas facções costumam entoar juntos o canto segundo o qual formam uma "união sinistra que incomoda muita gente". Já a Raça é amiga da Gaviões da Fiel. Significa que, quando a Policia Militar separa rubro-negros de palmeirenses, no Palestra Itália, pode abrigar do mesmo lado da grade corintianos e são-paulinos. Corintianos da Gaviões, aliados à Raça Rubro-Negra, dispararam pancadas em são-paulinos da Independente, auxiliados pela Torcida Jovem do Flamengo.

A sensação de impunidade, razão fundamental da violência, poderia ter diminuído com as prisões recentes. Em fevereiro, os torcedores Alessandro Almeida Borges Pereira e Edmílson José da Silva foram condenados a 14 anos de prisão, em São Paulo. Em julho, Jéferson Melchíades Vieira foi condenado a 15 anos, no Rio.

Por outro lado, os uniformizados podem se sentir protegidos. Em São Paulo, a Polícia Militar estabeleceu lugares específicos para os torcedores uniformizados cadastrados. Ficam atrás dos gols do Morumbi, do Parque Antarctica e do Pacaembu, separados por grades. A idéia do cadastramento é tão boa que menos de 30% dos uniformizados resolveu aceitá-Ia. A idéia da separação é tão ruim que espreme o torcedor comum e protege o uniformizado. Os poucos cadastrados colocam-se em seus lugares, próximos à grade que os separa da torcida comum. Levam faixas e instrumenntos musicais para o local destinado para sua facção. Os não cadastrados misturam-se com os torcedores comuns, mas ficam grudados à grade para dar a idéia de que sua facção segue tão grande quanto antes.

Grande para dar medo na torcida inimiga .. Sim, porque cada facção tem sua inimiga eleita. A Jovem do Flamengo é irmã da Independente Tricolor, a Raça Rubro-Negra alia-se à Gaviões e ambas são inimigas mortais da Mancha Alvi-Verde. É o que diz a voz sinistra que atende ao telefone na sede da Raça. Se existe relação de amizade, simpatia, antipatia ou inimizade com a torcida do Palmeiras? "Com eles, é morte'..... Morte ao futebol."

sexta-feira, maio 16, 2008

A VIRADA CORINTIANA

Depois de muito tempo o torcedor corintiano pode confiar nos jogadores que entram em campo para defender as cores do Timão. Não que sejam jogadores de nível de seleção ou atletas prontos para jogarem por grandes clubes europeus, mas o diferencial do Corinthians hoje é o conjunto e hoje apresenta uma qualidade maior do meio para a frente, setor que foi muito criticado durante o Paulistão. Mano Menezes, depois de ter priorizado a defesa, começou a trabalhar com o setor de armação do time, que não depende mais apenas de Dentinho para chegar ao gol. Hoje, Dentinho e Lulinha atuam mais pelas pontas, com Herrera (quem diria...) como atacante de área e o armador (Diogo Rincón ou Douglas) chegando como um quarto homem de frente.


Entretanto, o time ainda apresenta algumas falhas. A defesa, antes incontestável, nos últimos três jogos sofreu gols através de falhas na posição de seus jogadores e cobertura, como nos dois gols do São Caetano, na primeira e segunda partida. Sem falar em Felipe. Nos jogos contra o time do ABC e na estréia pela séria B o goleiro falhou em pelo menos três dos quatro gols sofridos. É preciso mais firmeza na hora de defender ou espalmar a bola e mais atenção na saída do gol.


Ainda assim, este Corinthians que chega às semifinais da Copa do Brasil com uma postura diferente da apresentada no campeonato estadual e que agrada a Fiel Torcida. Antes um grupo de bons jogadores, o Timão hoje é um time mais organizado e que, junto com os demais concorrentes, é forte candidato à vaga na Libertadores 2009.

O MELHOR TRICOLOR DO ANO

Na primeira partida pelas quartas-de-final da Copa Libertadores, o São Paulo mostrou um futebol menos dependente da bola cruzada na área e foi capaz de envolver o Fluminense durante todo o jogo. Dagoberto finalmente pôde ser escolhido como um dos melhores da partida. Desde sua saída do Atlético-PR, o atacante não tinha ainda apresentado um futebol convincente como o de ontem no Morumbi. O tricolor do Rio não assustou em momento algum a meta de Rogério Ceni. Com o gol de Adriano, o quinto dele na competição, o time de Muricy inverteu a vantagem para a volta no Rio de Janeiro, semana que vem. O Fluminense espera um Maracanã lotado por sua torcida e agora se classifica se vencer por dois gols de diferença. Se ganhar de 1 a 0, a decisão vai para os pênaltis e qualquer empate leva o São Paulo à semifinal.

E O DINHEIRO DO PERNIL?

A diretoria do Palmeiras disse que, com a grande procura do público nas finais do Paulistão pelos ingressos no valor de R$40,00, foi possível perceber que a torcida palestrina têm poder aquisitivo para adquirir as entradas neste valor. Por conta disto, aumentou o preço das arquibancadas durante o Brasileirão para o mesmo que foi cobrado na final contra a Ponte Preta. Segundo informações do diário Lance! de ontem, a diretoria do Verdão tenta assim “elitizar” o público que freqüenta o Parque Antarctica e acredita que o aumento é uma tendência natural no futebol nacional.


Não é bem o que parece. Entre os demais clubes paulistas, o Palmeiras é o que hoje possui o valor mais alto para entradas. Nas arquibancadas, o são-paulino que acompanhar no tricolor no Brasileirão desembolsará R$20,00 por jogo. Na Libertadores, o ingresso custa R$30,00. O Corinthians cobrou R$20,00 na partida de estréia pela série B, mas o presidente Andrés Sanchez declarou que este valor vai ser reduzido para R$15,00 e que a promoção de arquibancada a R$10,00 na Copa do Brasil continuará até o final da participação da equipe no torneio. Já o Santos tem um valor único, independente do campeonato disputado, R$30,00.


Vejo tudo isto com um ponto negativo para a diretoria palmeirense. Quantos torcedores deixarão de acompanhar o Verdão por conta disto? Não é fácil, na economia que vivemos, desembolsar R$40,00 por jogo (isto se for sozinho) para permanecer em uma arquibancada descoberta, passível de sol forte ou chuva intensa, sem banheiros adequados para uso e todos os demais problemas que sofre um torcedor pra acompanhar seu clube do coração? Sem falar no gasto com bebida, alimentação, transporte.


Já que o interesse é “elitizar”, seguir os padrões europeus e deixar de fora o palmeirense com menor condição financeira, porque a diretoria não se profissionaliza de vez e, ao invés desta exploração para um simples jogo de futebol, não trabalha com a venda de carnês para todo o campeonato brasileiro? Ou então, por que não dá ao torcedor motivos para que valha a pena pagar este valor para ir ao Palestra, tornando o ato de sair de casa para um jogo de futebol um programa sem preocupação e tensão?

sábado, maio 03, 2008

FESTA NO CHIQUEIRO

O paulistão chega em seu último jogo com o Palmeiras mais favorito do que nunca. A eliminação na Copa do Brasil pelo Sport na quarta-feira poderia abalar o clube de Palestra Itália para a partida contra a Ponte Preta amanhã. Só que, como o próprio Vanderlei Luxemburgo disse na coletiva de ontem, “depois da derrota se constrói times campeões”. Portanto, se a macaca quer surpreender o porco amanhã na lotada casa adversária será necessário muita banana, porque o Verdão vem mordido pelos quatro a um do meio da semana.

DE LIÉDSON À CHRISTIAN

A diretoria corintiana desde o começo do ano declarava que no mês de maio, por conta da entrada do dinheiro referente às cotas de transmissão que o clube tem direito, iria fazer uma contratação de peso, um jogador de nível de seleção brasileira para o ataque. Dos nomes que começaram a ser ditos no Parque São Jorge, todos já atuaram pelo Timão.
Falou-se por um tempo em Deivid, que está na Turquia, Liédson, atacante do Sporting, de Portugal, e durante essa semana, quando o prazo estava para se esgotar, entrou no grupo de contratáveis Leandro Amaral, que voltou ao Vasco mas não se demonstra muito interessado em ficar por lá, nos colorados Nilmar, que supostamente estaria insatisfeito em ser sempre substituído e Gil, sexta opção para o ataque do Internacional.
Pois bem, eis que nenhum desses é o alvo preterido pelo alvinegro. Aquele que pode voltar a treinar na zona leste é Christian, hoje na Portuguesa de Desportos e com contrato em vigor até o final do ano. Se é que algum corintiano não lembra, Christian jogou pelo Corinthians no começo do ano passado, marcando bastantes gols mas, “para ficar mais perto da família” pagou a multa de 500 mil reais e voltou para o Inter gaúcho, onde foi reserva até ir voltar para a capital paulista para defender o clube luso.
Não que ele seja um jogador ruim. Na verdade, com as opções que Mano Menezes têm, pode sim disputar uma vaga entre os 11. Mas, o tempo dele de seleção brasileira já foi, até mesmo sem ter sido algo marcante. Será Christian o atleta que a Fiel esperava?

O ATAQUE É PROBLEMA?

Leão desde o começo do ano pedia um companheiro para Kleber Pereira para a frente santista. Lima veio do Juventude e, logo no primeiro jogo, já deixou o dele e contribuiu na vitória por 2 a 0 contra o Cúcuta, em jogo de ida das oitavas de finais da Libertadores. O segundo gol foi marcado pelo meia Molina, que já marcou seis e é vice-artilheiro na competição.
Com 15 gols marcados em sete jogos, média de 2,14 por jogo, o Santos tem o melhor ataque da Copa junto com o River Plate e já está praticamente classificado para a próxima fase, só precisando tomar cuidado na Colômbia, já que a derrota lá por dois a zero leva a decisão para os pênaltis e com três gols de diferença quem passa são os colombianos. É só marcar um gol que dificulta tudo para eles.
Problema para o ataque? Certamente que não.

VOLTAMOS

Depois de muito tempo no intervalo, eis que o De Chaleira está de volta. Nosso atraso no retorno não se deu por conta de gás no vestiário ou pela fumaça lançada pela torcida, apenas alguns remanejamentos em nossas vidas pessoais acontecendo. Esperamos não sermos punidos por nossos leitores e que vocês continuem acompanhando este humilde blog, que não é retranqueiro e busca sempre os três pontos.

sexta-feira, março 14, 2008

O Peixe ainda está na água

Ontem eu falei sobre a chegada do trio de ferro no G-4 do campeonato paulista e que, na festa, falta ainda o Santos.


Pois bem, o Santos venceu o Mirassol por 2 a 1, com Léo Mineiro abrindo para o Mirassol e Marcinho Guerreiro e Kleber Pereira virando o jogo para o Peixe.


Com a vitória, o alvinegro vai a 20 pontos e assume o décimo lugar. Está longe ainda do grupo que vai às semifinais mas, um bom exemplo para a torcida praiana vem do Timão.


O Corinthians, em 2001, teve um péssimo começo de Paulistão, permanecendo na zona de rebaixamento por um bom tempo. A reação veio com sete vitórias seguidas e o resultado foi o título, conquistado em cima do Botafogo de Ribeirão Preto.

quinta-feira, março 13, 2008

Negócio paraguaio com os russos

Situação inusitada passa o jogador Rodrigo Souto. Depois de especulações, a diretoria do Santos, clube que o atleta defendeu até o último domingo, anunciou um dia depois que o atleta havia sido negociado com o Lokomotiv, da Rússia, por 6 milhões de euros.


Eis que, dois dias depois do anúncio, o clube russo divulga que não quer mais levar o atleta para a terra da vodka, pois já havia contratado outro jogador para sua posição. Souto já havia entregado o apartamento onde morava no litoral paulista e já tinha passagem comprada para a Europa.


Em entrevista à Rádio Globo o advogado Marcos Motta, especializado em direito esportivo, informou que está cuidando do caso para o jogador e que primeiramente pedirá uma justificativa formal do Lokomotiv para o não cumprimento do que foi acordado e que o clube deverá pagar as despesas geradas com este ocorrido. Depois disso, o atleta poderá entrar com uma ação junto à Corte da Fifa para punir os russos.


Com relação ao contrato entre Rodrigo Souto e Santos, Motta acha viável entrar em contato com o clube do litoral paulista para ver como ficará, já que, segundo ele, tecnicamente, o atleta ainda está vinculado ao Santos pelo Boletim Informativo Diário (BID) da CBF.

Valeu a pena?

No meio futebolístico, existem atletas que são contratados pelos clubes para compor elenco, para chegar e resolver e também os jogadores considerados como aposta, aqueles que têm condições de tornarem-se destaques.


Quando anunciou que não gostaria de permanecer em Curitiba, o lateral-direito entrou em litígio com o Atlético-PR e conseguiu na justiça uma liminar para se desvincular do time paranaense e logo em seguida surgiram boatos de que o Corinthians estaria interessado em seu futebol. Quando o lateral saiu da capital modelo, o Santos também entrou na disputa, mas quem levou foi o São Paulo, assinando contrato de três anos de duração.


Agora, como qualificar um jogador que não atuou bem quando passou pelo Fluminense, nunca foi destaque no Furacão e, desde que virou notícia pelo interesse dos paulistas, sempre deixou claro que procura apenas uma vitrine para ir para a Europa. Seu empresário, Paulo Roberto Theobaldi, até deixou claro que ele preferiu o São Paulo porque o tricolor tem uma exposição internacional maior que o Corinthians disputando a Libertadores, contra a Copa do Brasil que o alvinegro participa.


Vai compor elenco? Até receber uma oferta de um time qualquer do velho continente?


Chega para resolver?


Vai ser um destaque?


Façam suas apostas.

Quem vai brindar no final?

Quando vou a uma festa, evito na maioria das vezes ser um dos primeiros a chegar. Porque, com o passar do tempo, você vai se cansando e, quando todo mundo começa a se divertir, você corre o risco de perder o melhor da folia.


Quem vai perder o melhor da festa no campeonato paulista, pelo jeito, são os clubes do interior. Os grandes chegaram. Com as vitórias de hoje, Corinthians, São Paulo e Palmeiras já são segundo, terceiro e quarto colocados, respectivamente. Os dois últimos entraram no grupo ao baterem Barueri e Ponte Preta pelo mesmo placar, 2 a 1.


O Timão não jogou tão bem quanto no domingo, mas venceu o Rio Preto por 1 a 0 e subiu duas posições na tabela e está a um ponto de diferença para o líder Guaratinguetá, que joga hoje à noite contra a Portuguesa, na volta da Lusa ao Canindé.


O Santos, quarto grande do estado de São Paulo, é o que está mais longe, na décima terceira posição com dezessete pontos. Será que chega a tempo ou vai ser barrado no melhor da festa?

Jogo fraco leva o Corinthians à segunda posição

Em uma partida não tão bem jogada quanto a disputada no último domingo, quando venceu o Guaratinguetá, o Corinthians foi até São José do Rio Preto e venceu o time da casa por 1 a 0. Com isso, o Timão sobe na tabela para a vice-colocação.


Choveu muito durante o dia em Rio Preto, e a grama alta fez do primeiro tempo uma partida fraca tecnicamente, sem falar no atacante Herrera mais cometendo faltas do que jogando bola. O Rio Preto teve um maior domínio da bola, mas não tem time para bater de frente com a melhor defesa do campeonato. Com chance de gol mesmo, o Timão só chegou uma vez à meta adversária com Dentinho, em um cruzamento de Carlos Alberto, que mandou a bola na trave.


No intervalo Mano Menezes sacou Carlão e colocou Héverton, para o time apresentar mais qualidade na armação das jogadas. E foi o que aconteceu. Logo no começo, o meia cobrou falta, a bola desviou na zaga e entrou. Um a zero para o Corinthians.


Em seguida, o Rio Preto perdeu o jogador Maurício ao tomar o segundo amarelo. Mas o Timão não foi capaz de aproveitar a vantagem de um jogador a mais e o placar permaneceu o mesmo até o final.


O que não impediu de fazer o time subir na tabela. O alvinegro, aquele que ninguém esperava muito no início do campeonato por conta do que aconteceu no ano passado e por toda a reformulação no elenco, tem hoje apenas o Guaratinguetá a frente, faltando cinco rodadas para o final do primeiro turno.

terça-feira, março 11, 2008

Dualib e Cia podem fazer história

Alberto Dualib e sua trupe podem se tornar um marco na história do futebol. Não é por conquistas do Corinthians e muito menos pelas falcatruas que faziam na administração do time. Mas sim por serem os primeiros cartolas de influência a serem realmente punidos.
O Ministério Público de São Paulo encaminhou à Justiça denúncia contra o ex-presidente do Sport Club Corinthians Alberto Dualib por formação de quadrilha, estelionato e concurso material de delitos. E ontem(segunda) o juiz Marcelo Semer, da 15ª vara criminal de São Paulo, aceitou a denúncia.
Quando muitos já começavam a falar que mais uma vez daria em pizza e que o caso não ia dar em nada, a pizza virou bata e começou a assar no colo dos denunciados. Já estou quase começando a acreditar que via dar punição, será?


(MM)

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

São Paulo pára domingo.

Um dos maiores clássicos do mundo, com mais de 90 anos de disputa. Assim é Corinthians x Palmeiras, partida que no próximo domingo reserva muitas emoções pelo campeonato paulista. A festa começa nas arquibancadas. Já foram vendidos mais de 31 mil ingressos – só para ter uma idéia, pelo primeiro turno do campeonato brasileiro do ano passado, o público total do clássico foi de 28 mil – e a tendência é que até o domingo seja ultrapassado o maior público registrado no paulistão 2008, no jogo São Paulo x Corinthians, em janeiro, com 41 mil torcedores no Morumbi.


Nas quatro linhas, a expectativa também é por um bom jogo. Para encerrar um jejum de títulos (já são nove anos sem uma conquista expressiva), o Palmeiras contratou nomes como Diego Souza, Alex Mineiro, Lenny, Elder Granja e, principalmente, Wanderley Luxemburgo, que, quando duela com Mano Menezes, hoje treinador alvinegro, sempre nos proporciona uma bela disputa.


Além disso, o Verdão precisa da vitória, uma vez que o time de Palestra Itália vem alternando bons e mals momentos no torneio e, com os três pontos, ficaria próximo do Corinthians na tabela, hoje o último classificado a ir às semi-finais do paulistão.


O Timão (que no ano passado perdeu os três jogos disputados contra o adversário de domingo, não marcou nenhum gol e sofreu cinco) sobe ao gramado do Morumbi com o status de atual melhor defesa do torneio, com média de 0,54 gols sofridos por jogo. O Corinthians não perde há 10 jogos, sua única derrota no ano foi na partida contra o São Caetano por 3 a 1, pela segunda rodada do campeonato.


O time de Parque São Jorge pode ainda ter a estréia do meia Diogo Rincón, que veio da Ucrânia. Tudo depende da avaliação de Mano Menezes, nos treinos secretos que são realizados em Atibaia. Por outro lado, o treinador também não poderá contar com alguns jogadores. O volante Fabinho, o meia Acosta e o atacante Dentinho estão suspensos pelo terceiro cartão amarelo, além do lateral Alessandro, machucado. O goleiro Felipe ainda é dúvida para o jogo, por causa de uma dor no ombro.


Uma partida que promete e vale a pena acompanhar, seja no estádio, no rádio ou na televisão. Uma boa arbitragem, paz entre as torcidas e que deixem o chororó de lado é tudo o que queremos.

O Imperador botou fogo no tricolor

O atacante Adriano chamou para si as atenções hoje no CT da Barra Funda. Não por declarar que vai assumir a responsabilidade pelos gols do São Paulo, muito menos para dizer que realmente não vem rendendo o que é esperado. O atacante chegou 28 minuto atrasados ao treino de hoje e saiu mais cedo, sem dizer o por quê.

Será que já bateu saudades de Milão e aquele papo de que “aqui eu fui recebido com muito carinho” já ficou para trás? E olha que no São Paulo não tem crise...

update (01/03/08 01h06): O São Paulo multou o atleta em 40% do seu salário e, segundo Marco Aurélio Cunha, superintendente de futebol do time, amanhã uma reunião entre dirigentes tricolores e jogador vai decidir o que será do futuro do "Imperador". Segundo o portal Gezeta Esportiva.net, o presidente Juvenal Juvêncio não descarta nem uma rescisão do contrato com o atleta.



quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Previsões de um campeonato imprevisível

O paulistão 2008 começou com previsões que pareciam serem certezas, o São Paulo vai passear único time que vai fazer frente para ele é o Palmeiras. O interior está fraco, a Ponte decepcionou na série B do ano passado, o Bragantino se desmontou, esse ano não tem vez para os caipiras.

Foi só o campeonato começa para os palpites começarem a ir por água abaixo, o Guaratinguetá embalou, a Ponte liderou, o São Paulo desandou e o Palmeiras decepcionou. Mas o motivo era lógico, a competição estava apenas nas primeiras rodas, lá pela sexta ou sétima roda os grandes iam engrenar e os pequenos perderiam fôlego. Chegamos a 11ª roda e as previsões continuam caindo por terra.

Para os que apostavam no Palmeiras, as vitórias sobre Guarani e principalmente a goleada de 4x1 sobre o Juventus, fez crer que o time enfim havia embalado, mas na seqüência o time alviverde empata com o vice-lanterna e o lanterna, voltando toda desconfiança do torcedor e da mídia.

Aos que apostavam no São Paulo, o time continuou tropeçando, seu futebol nem de longe inspira confiança. Já aqueles que cravam que só os dois anteriores representariam os grandes na final, viram sua teoria por hora cair. Afinal no momento o único representante dos times considerados grandes no G4, é o Corinthians. Os que davam o Santos como morto, após derrota para o Rio Claro, vem o time ganhar duas consecutivas, jogar bem e golear.

E por último não nos esqueçamos dos incrédulos em relação aos times do interior, além de verem Ponte e o Guará continuar a vencer e liderar o campeonato, ainda tem que engolir a ascensão do Barueri que no momento já ocupa a Terceira colocação. Enfim, prever o Paulistão 2008 é mais difícil que tirar o Ricardo Teixeira do comando da CBF. Quem quiser que se arrisque!

(MM)

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

E nós pagamos a conta!


Agora é oficial, além de você comprar o ingresso, você também pode ajudar o seu time com a time mania. Assim nós podemos cobrir a dívida que os clubes tem com o governo. Os Presidente e diretores dos times fazem uma péssima administração, desviam verbas e o povo paga.

Muito mais fácil fazer isso do que ter que fiscalizar os clubes, e exigir transparência nas contas. Querer então que alguém seja responsabilizado é um sonho. Se todo time fosse investigado como o Corinthians foi, muita gente ia visitar a Polícia, o pessoal do Flamengo deve treme só de pensar na possibilidade.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Mais do Mesmo


Mesmo sendo um assunto já amplamente abordado e discutido, vale um mais um pitaco sobre ele. Ricardo Teixeira foi nomeado, em 1989, como presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e desde então se mantêm no cargo.

Já são 18 anos à frente da entidade maior do futebol nacional, um longo período marcado por denúncias e descaso com o futebol nacional. Além de reeleito por unanimidade em 2007, agora estende seu mandato, que inicialmente seria até 2012, para abril de 2015 devido à nomeação do Brasil como país sede da copa de 2014.

O presidente da República vai mudar, os governadores irão mudar, os presidentes das federações estaduais vão mudar, porque só o presidente da CBF não vai? Essa é uma das perguntas que surgem ao analisarmos os fatos. Outra questão é saber o que ele fez de tão importante para o futebol nacional que não podemos abrir mão dele como responsável pela organização da Copa de 2014? E também se vivemos em uma democracia como uma pessoa pode ficar tantos anos na presidência de uma entidade (em 2015 ele completará 26 a frente da Confederação)?

Não há motivos para ele ser reeleito automaticamente, parece ser mais uma jogada política. Basta vermos as condições em que se encontram os times brasileiros, e ainda pior, a falta de apóio dado ao futebol feminino, que só nesse ano consegui ter um torneio nacional. Muito pouco pelo esforço e talento que as meninas demonstraram em campo.

Por fim, espero que a Copa do Brasil seja bem organizada e que nossa seleção tenha um ótimo desempenho, mas que ela não sirva para apagar a péssima administração do senhor Ricardo Teixeira, o qual se recusa a dar entrevistas para veículos de comunicação esportiva que questionam sua presidência, ao invés de responder as críticas, como dizem: quem cala consente.

(MM)

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

SÉRIE ÍDOLOS

Neco

Atleta de vanguarda. Assim pode ser considerado Manuel Nunes, mais conhecido como Neco. Um dos primeiros curingas do futebol brasileiro, já que atuava como ponta-esquerda, centroavante e meio-campo. Começou a jogar pelo Corinthians em 1913 e, um ano depois, foi campeão paulista pela primeira vez, e artilheiro com 12 gols, feito que repetiria em 1920 com 24 gols. Em 1915, Neco esteve emprestado ao Mackenzie, mas não esqueceu o seu time do coração.

Em 1916, de volta ao Timão, Neco outra vez sagra-se campeão paulista. O fato se repetiria em 1922, 1923, 1924, 1928 e 1930. Esses títulos deram ainda ao craque a condição de, junto com Amilcar Barbuy, ser o primeiro corintiano convocado para a Seleção Brasileira.

Todas essas conquistas fizeram de Neco o primeiro ídolo corintiano e também o primeiro jogador a ter um busto no Parque São Jorge. Durante 17 anos defendendo o alvinegro paulista, Neco disputou 296 jogos (215 vitórias, 35 empates e 46 derrotas), marcou 235 gols - é o quarto maior goleador do Timão - e até hoje é lembrado pela nação corintiana, que o idolatra já há mais de noventa anos.

*Algumas informações extraídas do livro "O dia em que me tornei... Corintiano", de Marcelo Duarte.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

A Força do Conjunto

A Copa de 2006 seria a consagração do futebol arte, a Inglaterra vinha com um time extremamente talentoso, dispunha de jogadores qualificados em todos os setores. O Brasil então nem se fala, vinha com uma equipe repleta de estrelas, era só colocar em campo que não poderia haver erro, nem precisaria treinar, pelo menos deve ter sido o que pensou Carlos Alberto Parreira, técnico da seleção na época, pois cada treinamento canarinho era um show de pura exibição, uma festa só.

Mas quando a bola rolou para valer a coisa mudou de figura, times até então considerados limitados como Itália e Alemanha começaram a mostrar a força do conjunto e da determinação, enquanto Inglaterra e principalmente o Brasil, se apresentavam como um amontoado de craques, sem nenhuma identificação com o país que representavam e sem esquema tático e jogadas bem treinadas.

Ao final, a Alemanha fez uma copa inesquecível, terminando na terceira colocação sendo muito festejada pelo seu povo e a Itália se sagrou tetracampeã. Brasil e Inglaterra acabariam nas modestas quinta e sétimas posições, respectivamente.

Nesse final de semana tivemos o término da Copa das Nações Africanas. O torneio ganhou muito prestígio em suas últimas edições devido ao grande número de jogadores africanos atuando nos principais torneios do mundo. Os times de Gana, Camarões e Costa do Marfim entraram como favoritos. Jogadores como Samuel Eto`o, Essien, Drogba eram algumas das estrelas que compunham essas seleções.

Porém assim como na Copa de 2006, a campeão foi uma equipe que teve como maior arma o conjunto, uma seleção muito bem montada taticamente. O Egito apresentou uma equipe com apenas dois jogadores atuando fora do país, mas com um entrosamento de fazer inveja a muitos clubes, com jogadas ensaiadas e proposta de jogo bem definida, jogando um futebol de qualidade, digno de um campeão do futebol moderno.

Não acho que isso provou a perda de importância dos craques e que jogadores como Cristiano Ronaldo, Ronaldinho, Henry, Drogba não possam desequilibrar e ganhar uma partida. Só que eles precisam estar respaldados por um time bem entrosado para serem os jogadores diferenciados que costumamos ver nos clubes.
(MM)

sábado, fevereiro 02, 2008

Entrevista: Izidoro Lopreto Filho

Conforme anunciado no post anterior, damos início aqui a série de entrevistas com jornalistas e membros de torcidas organizadas para falarmos a respeito do papel da imprensa na violência do futebol. Um dos nossos entrevistados foi Izidoro Lopreto Filho, então diretor da torcida Mancha Alvi-Verde, do Palmeiras. A conversa com Marcelo Manfré ocorreu no dia 28 de junho do ano passado.


Marcelo Manfré: A violência do futebol, como que a mídia aborda isso?
Izidoro Lopreto Filho: A mídia ela aborda do jeito que ela acha mais conveniente, do jeito que ela acha que ela vai conseguir bons números de pontos no ibope e maior número de vendagens de jornal e revistas, então ela é muito sensacionalista, tá? Então ela, isso como tem um jogo entre Palmeiras e Corinthians, por exemplo, e não há um ato de violência, não há nenhum caso grave de violência nem ocorrência nenhuma, isso daí pra eles é uma frustração muito grande, porque o que dá audiência é exatamente a violência, então eles abordam o máximo possível porque é o que vende.

Como você acha que seria um jeito melhor de tratar esse assunto? Você vê algum ponto, alguma forma que ela trataria melhor, algumas coisas que ela poderia deixar de fazer e outras coisas que ela poderia fazer para ela influenciar de uma forma mais positiva?
Não, não. Eu acho que a imprensa, toda a mídia, às vezes os próprios jogadores de futebol ele que promove a violência, ta? Às vezes a gente pode até fazer o jogo, assim, de paz, sem problema nenhum e um jogador incita outro jogador ou um jogador vai lá na hora que marca um gol vai comemorar o gol na torcida adversária.

(Interrompendo): Nesse caso, o Showball, por exemplo?
Exatamente. Isso aí são tudo coisas que eles incentivam à violência. E a mídia também. Às vezes ela faz determinado tipo de colocação ou algumas manchetes de jornais que tenta provocar uma torcida à outra.

Se o jogador briga, ou provoca em campo, isso chega a torcida?
Com certeza, não há dúvida nenhuma. Eu nunca me esqueço do jogo Palmeiras e São Paulo, que era o jogo da paz e saiu uma briga dentro do campo, e aquela paz que estava no início do jogo, virou campo de guerra. Então, saiu de dentro pra fora. Geralmente as brigas que acontecem dentro do estádio de futebol ou ao redor é de dentro pra fora, aí criam essas rivalidades.

Você lembra de alguma vez que essa briga aconteceu porque a mídia forçou algo entre jogadores ou entre as torcidas?
Não, isso não. Isso daí, que eu tenha conhecimento, não. Seria muito leviano se eu fizesse uma afirmação dessa. Isso eu não me recordo de ter feito isso. Não, assim, o torcedor de torcida organizada, o próprio torcedor comum de futebol, às vezes ele é uma pessoa. Às vezes não, normalmente, ele é uma pessoa que não é bandido, que não é marginal. O torcedor de futebol, ele é apenas ele, ele é um apaixonado pelo seu clube, e muitas vezes, essa pessoa que é apaixonada pelo seu clube, ele trabalha, estuda, tem uma família, tem uma vida normal. Só que quando ele põe a camisa do seu clube, e se junta a três ou quatro, ele se transforma. Agora, isso tudo, a gente resume na palavra paixão. Quando envolve paixão, tudo é possível, haja vista quando você vê aí alguns crimes que acontecem passionais, crime de pessoas que matam a mulher, ou que mulher mata o homem. Quê isso? É paixão. Tá, então, dá aquele branco, a pessoa fica cega, e às vezes ele comete atitudes impensadas, mas tudo movido pela paixão.

Então, vamos supor: se a mídia tomasse uma postura de evitar nos clássicos de fazer esse negócio de colocar um contra o outro. De repente, analisar o clássico como uma disputa, sem falar que o jogador falou isso de um time, falar que o jogador provocou o adversário, ela ajudaria a diminuir?
Dentro de cada, de determinadas situações, mas é, é aquilo que eu te falei, logo no início, pra mídia isso não é interessante. Porque eles querem audiência, eles querem vender, mas, eles querem vendagem. Então, como tava falando, você se lembra de antigamente? Apostas de jogadores. Eles até promoviam apostas entre os jogadores. Isso aí foi proibido. Por quê? Porque já incentivava uma provável disputa, porque tudo vem de dentro pra fora, tudo, tudo, não adianta.

Você acha que o linguajar na hora que a mídia trata o jogo, como esse “jogo de vida ou morte”, “guerra”, isso é uma linguagem adequada, ou ele incendia...
... é pra tentar instigar ainda mais...

... pra criar um clima?
Lógico. Porque, o que que acontece? Eles vivem disso, eles vivem do futebol. Então, eles precisam fazer a divulgação que eles fazem, de graça teoricamente, eles vivem disso. É aquilo que eu te falei, o clássico sem violência, quer entre os jogadores, vamos supor, um jogo sem nenhuma ocorrência é mais um jogo, tá? Aí vamos supor, joga Corinthians e Palmeiras, no sábado, e não aconteça nada, se Deus quiser, tranqüilo e tal, um jogo 0 a 0. Aí joga Santos e XV de Piraporinha, lá em Santos. Quebra um pau desgraçado, o foco vai ser em cima do jogo do Santos.

Nota do Blog: Atualmente, Izidoro não faz mais parte do quadro de membros da torcida organizada Mancha Alvi-Verde. Sua saída se deu no final de 2007, por razões não divulgadas.

domingo, janeiro 27, 2008

Futebol e Violência



Em 2007, Marcelo Manfré e eu apresentamos um artigo e realizamos nosso trabalho de conclusão de curso fazendo uma análise de como a imprensa esportiva influencia na violência do futebol. Além da teoria (pouca, diga-se de passagem) sobre o assunto, conversamos com jornalistas e membros de duas torcidas organizadas de São Paulo.
Agora, já formados, resolvemos disponibilizar aqui as entrevistas realizadas para estes trabalhos. Estamos terminando de decupar uma delas e logo ela estará disponível no blog.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Pontapé Futebol Clube

Futebol moderno prega o resultado em detrimento ao futebol arte. Onde ficam os craques?

Leonardo Rosa e Marcelo Manfré*

No futebol da raça e pegada, não dá para saber de quem é a bela jogada na foto

O futebol é um esporte marcado por chavões. “Temos que respeitar o adversário”, dizem alguns. Outros filosofam que “futebol é uma caixinha de surpresas”, além da pérola “o jogo só acaba quando termina”. Agora, desde pequeno aprendemos que “o importante é competir”. Então, como fica esta velha máxima quando a competição envolve dinheiro e reconhecimento?

A história do futebol é marcada por jogadores que faziam verdadeiros malabarismos com a bola, chamados por alguns de pés de anjo. A jogada plástica, o lançamento preciso e os dribles desconcertantes são as características mais notórias para analisar um jogador. E se formos eleger os dez maiores nomes do futebol, provavelmente serão todos aqueles que buscam sempre ir à frente, sejam atacantes ou meios de campo, com grande habilidade desfrutada nos gramados.

Há algum tempo, era mais comum no futebol ver atletas com tais habilidades. Mesmo os grandes defensores, também chamados de beques nos tempos de Nelson Rodrigues, eram jogadores de classe que tinham como principais virtudes o tempo de bola e precisão para antever as jogadas adversárias. As jogadas mais duras, faltas desleais e jogos truncados aconteciam, mas em menor número perto do que temos hoje. A preocupação do jogador era sempre realizar uma jogada perfeita com beleza e precisão.

Entretanto, o futebol foi se transformando a cada dia mais profissional e competitivo. A força física e o condicionamento do atleta começaram a ganhar importância e os jogos passaram a ser cada vez mais disputados e faltosos. Jogadas violentas começaram a ser corriqueiras em partidas, e o drible, característica dos grandes craques do esporte, tornou-se sinônimo de ofensa. Se Garrincha, que dizia preferir dar um drible a fazer um gol, jogasse hoje, provavelmente seria visto como um grande provocador. Isso se já não tivesse sua carreira encerrada por contusão devido aos pontapés de um jogador qualquer.

Não é difícil citar casos de jogadores, que por terem muita habilidade, se contundiram seriamente na história recente do jogo. Tostão encerrou sua carreira aos 27 anos, em 1974, por problemas de visão, conseqüência de um descolamento na retina sofrido em 69 ao levar uma bolada do zagueiro Ditão, do Corinthians. Muitos atletas já passaram por isso. No final dos anos 80, Marco Van Basten, astro da seleção holandesa, precisou encerrar precocemente sua carreira por entradas violentas recebida de seus adversários. O Grêmio da década de noventa tinha em Dinho, que jogava como volante, um dos seus maiores ídolos. Ele era um exemplo notório da valorização do jogo truculento e muitas vezes desleal. Dinho ficou conhecido pelas entradas violentas que buscavam intimidar os atletas adversários.

As últimas Copas do Mundo têm mostrado um futebol de pouca qualidade ofensiva e mais poderio de marcação. Foi na Alemanha, durante a Copa de 2006, que o futebol pragmático baseado na marcação chegou ao seu auge. A Itália, seleção campeã, não tinha um craque. Seu camisa 10, Totti, é um ótimo jogador, porém longe de ser craque. A maior força do time era seu conjunto, que estava alicerçado em um esquema defensivo tendo como seu maior representante o volante Gatusso. Esta foi a Copa dos truculentos. mesmo Zidane sendo escolhido o melhor jogador da Copa, o melhor do ano foi pela primeira vez na história um zagueiro, Canavarro. Mais um sinal de que o futebol viril ganha cada vez mais espaço. Precisamos voltar a ver o futebol como arte. Os craques do passado serão sempre lembrados e idolatrados, mas queremos em nossos gramados seus herdeiros, e que seja uma grande prole.

* Marcelo Manfré é jornalista, torcedor do Dracena Futebol Clube e mais novo membro deste blog. Logo logo ele dará seus pitacos por aqui.

Pontapés nas arquibancadas


A crescente violência que o futebol sofreu dentro dos gramados, com jogadas violentas e brigas entre jogadores também se refletiu nas arquibancadas. Da década de noventa em diante se observou um crescimento acelerado do número de brigas entre torcidas e esses confrontos já produziram várias vitimas fatais.
Passou a ser comum ocorrer brigas entre torcedores e policiais ou torcedores contra torcedores, especialmente nos dias de clássicos, quando os ânimos estão mais exaltados. Até brigas entre adeptos do mesmo time ocorrem pelos motivos mais banais.
A questão é que o torcedor de futebol é um espectador na maioria das vezes tomado de uma paixão que, no estádio principalmente, se torna irracional. Atitudes que jogadores têm em campo influenciam no comportamento dos torcedores. A partir do momento que a força passou a ser uma virtude no futebol, a agressividade em campo aumentou e se refletiu na torcida.
A impetuosidade nas partidas se manifesta da maneira mais primitiva, protagonizando cenas de violência gratuita. Os adversários tornam-se inimigos mortais e o ódio pelo rival muitas vezes é maior que a paixão pelo próprio time. Isso tudo faz até com que pessoas que nunca brigaram e que não possuem antecedentes de violência, se deixem levar pelo momento e protagonizem brigas e quebra-quebra nos estádios e em seus redores.
Autoridades tentam reverter esse quadro com medidas de segurança como instalações de câmeras de vídeo, cadeiras numeradas e leis mais severas para os que participam de brigas. Todas essas medidas são válidas, mas se não houver uma mudança na mentalidade o problema não será resolvido. É necessário que o jogo volte a ser visto como um esporte, onde se disputa uma partida e não uma guerra.
Os jogadores têm que voltar a se respeitarem em campo e valorizar o jogo bem jogado, onde se inclui também marcação, mas sem jogadas desleais e violentas. Para os torcedores perceberem que os jogadores são adversários e não inimigos. E que as torcidas rivais disputem para ver quem apóia mais seu time, não para ver qual é a mais violenta ou que põe mais medo na outra. O mundo já está violento o suficiente, não é preciso cultivar mais esse tipo de violência em estádios que foram construídos para os apreciadores do bom futebol.
(LR e MM)