domingo, junho 07, 2009

Fim de jogo

A idéia inicial era postar um texto explicando meus motivos para dar tchau. Aliado à outros fatores, perdi o tesão por futebol, por tudo o que envolve futebol, por querer viver e respirar futebol. Porque eu não quero ser culpado de nada. E não tenho como, hoje, lutar por mudanças.

Ao querer seguir o jornalismo esportivo, tinha como meta realizar um trabalho que estimulasse o torcedor a ir para o estádio, acompanhar o seu time, se divertir, rir e chorar, tirar um sarro do amigo e também ser zoado. Esporte é isso, ao menos foi o que aprendi quando jogava basquete. Era, junto com outros colegas, tentar apresentar os problemas e ajudar a encontrar propostas que pudessem fazer do esporte, e do futebol em específico, um grande lazer para um povo sempre visto como "apaixonado por futebol".

Mas, para isso ocorrer, existem várias ramificações que não estão ligadas e nem querem se unir. Temos um governo omisso no que diz respeito à educação e desenvolvimento social, além de sua justiça impune, uma Confederação Brasileira de Futebol, que ao meu ver deveria trabalhar para o desenvolvimento do esporte no país, mas que através do seu presidente diz que a morte de um torcedor não é problema dele, já que não foi dentro do estádio; que se preocupa mais com os milhões que sua seleção proporciona e com os zilhões que certamente 2014 vai lhe proporcionar, ou alguém acha que tudo o que está acontecendo é para mostrar que o país do futebol é o pais da copa?

Além dos governantes, existem os governados. Que mídia é essa que por várias e várias vezes já noticiou casos semelhantes ao que ocorreu na última quarta, que grita por melhorias em vários aspectos para que isso não ocorra, mas que não ouve os ecos deste grito e parece se preocupar em gritar novamente apenas quando a história se repete?

E que nação é essa, que elege quem elege e dá plenos poderes para que eles possam fazer o que bem entenderem, porque o legal é levar um cartaz para o estádio pedindo pro Galvão filmá-lo, que aceita sair do estádio meia noite durante a semana, chegar em casa tarde para ir trabalhar cedo no outro dia? Que festeja o fato da sua cidade ser escolhida como uma sede para daqui cinco anos, mas que não parou pra pensar que ele mesmo pouco vai aproveitar disso. Parem o futebol, a culpa é de todos nós, da ignorância dos ignorantes e dos ignorados.
Para quem não ia falar nada, escrevi demais. Não digo nunca, mas, por enquanto, tenho outras preocupações que não o futebol e o esporte vai ficar para mais tarde. Para encerrar, segue um texto do Torero, publicado em seu blog dia 04 de junho.


"As bestas
José Roberto Torero

O futebol é uma coisa sem importância. É só um esporte. Uma coisa para se ver enquanto não estamos fazendo alguma coisa realmente importante. Uma coisa para descansarmos das coisas importantes.

Ontem, no confronto entre torcedores corintianos e vascaínos, morreu um homem. Morreu um homem por causa de futebol. Morreu por nada.

Morreu porque acha que seu time é melhor, porque não aceita que outros torçam para outros times, porque outros não aceitam que se torça para outros times.

Depois, incendiaram um ônibus. E, antes, no domingo, duzentos santistas imbecis foram atrás de cinquenta corintianos num estacionamento.

Quem acha que seu time é a coisa mais importante do mundo é uma besta. Muitos torcedores organizados, que têm em seu time sua única fonte de felicidade, são umas bestas. Mesmo torcedores que não são de nenhuma organizada, mas que têm no futebol o principal assunto de sua vida, são umas bestas.

Quem vive, morre ou mata por futebol, é uma besta. Não é um pobre-coitado-que-tem-o-futebol-como-sua-única-válvula-de-escape. É simplesmente uma besta.

A questão não é se se deve acabar ou não com as torcidas organizadas. A questão é que não se pode levar o futebol tão a sério. Ele não é tão sério. É um esporte, um negócio, só isso.

Os verdadeiros assuntos são amor, morte e poder. O resto é menor. O futebol é menor. Se alguém coloca este esporte acima de sua família, de seus amigos, de sua gente, da vida, é uma besta."

Ao menos por um tempo, o blog fica como está. Um forte abraço e sucesso para todo mundo.

domingo, maio 17, 2009

4 jogos, 3 pontos.

Final de semana ruim para os grandes paulistas no brasileirão. Em casa, o São Paulo não perde para o Atlético, mas também não ganha. Buscou o empate por duas vezes, pressionou no final, mas não passou do 0x0. O tricolor não pode ficar no discurso de que no ano passado foi assim também, precisa se empenhar mais.

Também em casa, o Santos começou bem, abriu 2 a 0, Kléber Pereira desencantou, mas, no final, o segundo empate do time da Vila, 3 a 3. Empate sofrido no final e segundo ponto do vice campeão paulista.

Já o Palmeiras foi ao Rio Grande do Sul e, como o Corinthians na semana passada, não foi páreo para o Inter. Perdeu por 2 a 0, com um segundo gol sofrido no momento em que o Verdão ainda buscava o empate.

No Rio, o Corinthians não tomou gol, mas também não fez. 0 a 0 com o Botafogo, em jogo com muitos lances perdidos pelo Fogão,que não passou pela linha de impedimento feita pelo Timão e algumas oportunidades pelo campeão paulista. O Corinthians dominou o primeiro tempo, valorizou a posse de bola, mas caiu de rendimento na etapa final. Entretanto, foi na volta dos vestiários que o clube paulista teve a melhor oportunidade de gol, onde Ronaldo se atrapalhou com a bola, dando a chance para o goleiro Renan fazer a defesa. Primeiro ponto do Corinthians no campeonato, que termina a rodada em 17º lugar.

O Barueri não passou de um empate sem gols com o Fluminense e, dos paulistas, o único time que fez seu torcedor feliz da vida foi o Santo André, que jogou fora de casa contra o Coritiba, começou perdendo mas, ainda no primeiro tempo marcou três gols e terminou a partida vencendo por 4 a 2.

sexta-feira, maio 08, 2009

Prognósticos

Vai começar o maior campeonato nacional de futebol do planeta! Sim, isso mesmo, o Brasileirão está logo aí, e não me venham falar que os torneios disputados da Europa é que estão no topo de qualquer lista. Estão na de marketing, mídia e dinheiro, mas o assunto aqui é futebol e, neste aspecto, não há quem supere o nosso torneio. Na Itália, a Inter vai levar mais um; Inglaterra é praticamente do Manchester e o Espanhol este ano é Barcelona mas, quando o título não vai para eles, vai para o Real Madrid, salvo raríssimas exceções.

Aqui, mesmo com os últimos três canecos indo para o São Paulo, a disputa é muito maior e, algo me diz que este ano a taça muda de endereço e com grandes chances de ir para outro estado também.

Pelo que foi apresentado até o momento, Cruzeiro e Internacional de Porto Alegre são, para mim, os favoritos ao primeiro lugar no campeonato. Pelo grupo de cada um e pelo que cada um fez até agora, pode-se dizer que são os que possuem grandes chances. Depois aparecem Grêmio, Flamengo, Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Sem ordem de chances, pois três são clubes que estão com um bom time, mas que, em alguns momentos, ficam mal das pernas e podem perdem um bom tempo até consertar isto.

O Grêmio está com um grupo forte, invicto na Libertadores, mas no Gauchão tomou um vareio do Inter. O Flamengo levou mais um carioca, mas tem em Adriano (e apenas nele) a grande chance de gols. Assim como o Corinthians, campeão paulista, perdeu apenas um jogo no ano, mas para se firmar de vez entre os favoritos, precisa se mostrar menos do trio Ronaldo, Chicão e André Santos. Parece que, quando esses vão mal, o time não vai para a frente.

O Palmeiras tem um time bastante forte também mas (tem sempre um mas nos times treinados pelo Luxemburgo) tudo pode mudar se por acaso, no meio do ano, Cleiton Xavier e Keirrison forem embora. Já o São Paulo desses é aquele que, até o momento, não apresentou nada de espetacular. Mas, há um ano atrás era assim também e, o final todo mundo sabe. Então, não custa mantê-lo aí neste grupo.

Surpresa em termos de título, mas não em vaga para a Libertadores, estão equipes como a do Santos, do Sport e do Vitória.

Agora, tudo não passa de opinião sobre um campeonato que ainda não começou e que muda muito do seu início até o fim. Resta aguardar dezembro e ver o que coelho sai desta cartola.

Ó nóis aqui travêis!

Um texto curto e grosso para mais uma volta do De Chaleira! Mas, desta vez, eu prometo, a cada rodada, pelo menos um breve comentário sobre a participação dos grandes clubes paulistas na primeira divisão do brasileiro e a situação de cada um no campeonato. Claro que (ainda) não tenho a vida ganha para assistir todos os jogos, mas os que eu assistir, eu analiso a partida e os demais ao menos dou uma opinião sobre.

É o De Chaleira, mais malandro, com a mesma roupagem, mas com espírito novo!

segunda-feira, março 09, 2009

O melhor gol que eu não vi.

A expectativa era grande. Palmeiras e Corinthians, um dos maiores clássicos do mundo, e Ronaldo de volta. Ele começou do banco, mas o pouco que fez na sua estréia, contra o Itumbiara, pela Copa do Brasil, aumentava ainda mais a esperança da fiel torcida em uma vitória contra o líder do campeonato, na disputa entre os dois únicos invictos do torneio. No primeiro tempo, muito sol, partida cadenciada, sem muito esforço dos dois lados, provavelmente para não se desgastarem demais para a etapa final. Oportunidades para ambos, com boas defesas de seus goleiros.
Na etapa final, quando o arqueiro corinthiano falhou, Palmeiras um a zero. Festa alviverde no Farahzão. Com o sol encoberto por nuvens, o fôlego e o gol adversário reanimam a torcida do Timão, que começa a cantar sem parar "aqui tem um bando de loucos". Mas, faltava ainda "o mais novo louco do bando", como Ronaldo disse em sua apresentação.

Aos 20 minutos, ele entrou em campo. Um bom drible e a falta não marcada. Uma curta arrancada, um chute e, bola na trave! Na linha de fundo, uma virada rápida, um bom cruzamento dele para a área, André Santos completou mal de cabeça. O relógio já marcava quarenta e cinco minutos do segundo tempo, quando houve um escanteio para o Corinthians, que iria para sua quinta derrota seguida para o rival. Com tantos lances mal feitos pelos jogadores, eu virei, resolvi não olhar para aquela cobrança. Algo me dizia que dali sairia um momento especial.
Passado um tempo, escanteio cobrado... quando olho aquela torcida enorme pulando, um misto de alegria e estranheza, pela predestinação, tomou conta de mim, virei, gritei "Gol! Gol!" Perguntei para meu amigo quem tinha feito, ele pediu para eu adivinhar. Quando olhei, lá estava ele no alambrado e aquela massa alvinegra indo em sua direção. Por um momento, parecia mais a Geral do Grêmio, descendo da arquibancada para comemorar. Para nós, corinthianos, parecia uma vitória, uma virada, histórica, em final de campeonato. Era o primeiro gol do maior artilheiro de Copas do Mundo pelo Corinthians, contra o maior adversário, nos instantes finais da partida.
Mais um fato marcante, dentre tantos que Corinthians e Palmeiras já proporcionaram para o futebol. A diferença é que neste eu estava lá. Não vi o gol, é verdade, porém, o gol foi apenas o começo deste fato. Então, um dia, certamente vou falar para meus filhos e netos: "quando o Ronaldo marcou o primeiro gol dele pelo Corinthians, eu não vi, mas estava lá. Deixa eu explicar..."