sexta-feira, fevereiro 29, 2008

São Paulo pára domingo.

Um dos maiores clássicos do mundo, com mais de 90 anos de disputa. Assim é Corinthians x Palmeiras, partida que no próximo domingo reserva muitas emoções pelo campeonato paulista. A festa começa nas arquibancadas. Já foram vendidos mais de 31 mil ingressos – só para ter uma idéia, pelo primeiro turno do campeonato brasileiro do ano passado, o público total do clássico foi de 28 mil – e a tendência é que até o domingo seja ultrapassado o maior público registrado no paulistão 2008, no jogo São Paulo x Corinthians, em janeiro, com 41 mil torcedores no Morumbi.


Nas quatro linhas, a expectativa também é por um bom jogo. Para encerrar um jejum de títulos (já são nove anos sem uma conquista expressiva), o Palmeiras contratou nomes como Diego Souza, Alex Mineiro, Lenny, Elder Granja e, principalmente, Wanderley Luxemburgo, que, quando duela com Mano Menezes, hoje treinador alvinegro, sempre nos proporciona uma bela disputa.


Além disso, o Verdão precisa da vitória, uma vez que o time de Palestra Itália vem alternando bons e mals momentos no torneio e, com os três pontos, ficaria próximo do Corinthians na tabela, hoje o último classificado a ir às semi-finais do paulistão.


O Timão (que no ano passado perdeu os três jogos disputados contra o adversário de domingo, não marcou nenhum gol e sofreu cinco) sobe ao gramado do Morumbi com o status de atual melhor defesa do torneio, com média de 0,54 gols sofridos por jogo. O Corinthians não perde há 10 jogos, sua única derrota no ano foi na partida contra o São Caetano por 3 a 1, pela segunda rodada do campeonato.


O time de Parque São Jorge pode ainda ter a estréia do meia Diogo Rincón, que veio da Ucrânia. Tudo depende da avaliação de Mano Menezes, nos treinos secretos que são realizados em Atibaia. Por outro lado, o treinador também não poderá contar com alguns jogadores. O volante Fabinho, o meia Acosta e o atacante Dentinho estão suspensos pelo terceiro cartão amarelo, além do lateral Alessandro, machucado. O goleiro Felipe ainda é dúvida para o jogo, por causa de uma dor no ombro.


Uma partida que promete e vale a pena acompanhar, seja no estádio, no rádio ou na televisão. Uma boa arbitragem, paz entre as torcidas e que deixem o chororó de lado é tudo o que queremos.

O Imperador botou fogo no tricolor

O atacante Adriano chamou para si as atenções hoje no CT da Barra Funda. Não por declarar que vai assumir a responsabilidade pelos gols do São Paulo, muito menos para dizer que realmente não vem rendendo o que é esperado. O atacante chegou 28 minuto atrasados ao treino de hoje e saiu mais cedo, sem dizer o por quê.

Será que já bateu saudades de Milão e aquele papo de que “aqui eu fui recebido com muito carinho” já ficou para trás? E olha que no São Paulo não tem crise...

update (01/03/08 01h06): O São Paulo multou o atleta em 40% do seu salário e, segundo Marco Aurélio Cunha, superintendente de futebol do time, amanhã uma reunião entre dirigentes tricolores e jogador vai decidir o que será do futuro do "Imperador". Segundo o portal Gezeta Esportiva.net, o presidente Juvenal Juvêncio não descarta nem uma rescisão do contrato com o atleta.



quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Previsões de um campeonato imprevisível

O paulistão 2008 começou com previsões que pareciam serem certezas, o São Paulo vai passear único time que vai fazer frente para ele é o Palmeiras. O interior está fraco, a Ponte decepcionou na série B do ano passado, o Bragantino se desmontou, esse ano não tem vez para os caipiras.

Foi só o campeonato começa para os palpites começarem a ir por água abaixo, o Guaratinguetá embalou, a Ponte liderou, o São Paulo desandou e o Palmeiras decepcionou. Mas o motivo era lógico, a competição estava apenas nas primeiras rodas, lá pela sexta ou sétima roda os grandes iam engrenar e os pequenos perderiam fôlego. Chegamos a 11ª roda e as previsões continuam caindo por terra.

Para os que apostavam no Palmeiras, as vitórias sobre Guarani e principalmente a goleada de 4x1 sobre o Juventus, fez crer que o time enfim havia embalado, mas na seqüência o time alviverde empata com o vice-lanterna e o lanterna, voltando toda desconfiança do torcedor e da mídia.

Aos que apostavam no São Paulo, o time continuou tropeçando, seu futebol nem de longe inspira confiança. Já aqueles que cravam que só os dois anteriores representariam os grandes na final, viram sua teoria por hora cair. Afinal no momento o único representante dos times considerados grandes no G4, é o Corinthians. Os que davam o Santos como morto, após derrota para o Rio Claro, vem o time ganhar duas consecutivas, jogar bem e golear.

E por último não nos esqueçamos dos incrédulos em relação aos times do interior, além de verem Ponte e o Guará continuar a vencer e liderar o campeonato, ainda tem que engolir a ascensão do Barueri que no momento já ocupa a Terceira colocação. Enfim, prever o Paulistão 2008 é mais difícil que tirar o Ricardo Teixeira do comando da CBF. Quem quiser que se arrisque!

(MM)

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

E nós pagamos a conta!


Agora é oficial, além de você comprar o ingresso, você também pode ajudar o seu time com a time mania. Assim nós podemos cobrir a dívida que os clubes tem com o governo. Os Presidente e diretores dos times fazem uma péssima administração, desviam verbas e o povo paga.

Muito mais fácil fazer isso do que ter que fiscalizar os clubes, e exigir transparência nas contas. Querer então que alguém seja responsabilizado é um sonho. Se todo time fosse investigado como o Corinthians foi, muita gente ia visitar a Polícia, o pessoal do Flamengo deve treme só de pensar na possibilidade.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Mais do Mesmo


Mesmo sendo um assunto já amplamente abordado e discutido, vale um mais um pitaco sobre ele. Ricardo Teixeira foi nomeado, em 1989, como presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e desde então se mantêm no cargo.

Já são 18 anos à frente da entidade maior do futebol nacional, um longo período marcado por denúncias e descaso com o futebol nacional. Além de reeleito por unanimidade em 2007, agora estende seu mandato, que inicialmente seria até 2012, para abril de 2015 devido à nomeação do Brasil como país sede da copa de 2014.

O presidente da República vai mudar, os governadores irão mudar, os presidentes das federações estaduais vão mudar, porque só o presidente da CBF não vai? Essa é uma das perguntas que surgem ao analisarmos os fatos. Outra questão é saber o que ele fez de tão importante para o futebol nacional que não podemos abrir mão dele como responsável pela organização da Copa de 2014? E também se vivemos em uma democracia como uma pessoa pode ficar tantos anos na presidência de uma entidade (em 2015 ele completará 26 a frente da Confederação)?

Não há motivos para ele ser reeleito automaticamente, parece ser mais uma jogada política. Basta vermos as condições em que se encontram os times brasileiros, e ainda pior, a falta de apóio dado ao futebol feminino, que só nesse ano consegui ter um torneio nacional. Muito pouco pelo esforço e talento que as meninas demonstraram em campo.

Por fim, espero que a Copa do Brasil seja bem organizada e que nossa seleção tenha um ótimo desempenho, mas que ela não sirva para apagar a péssima administração do senhor Ricardo Teixeira, o qual se recusa a dar entrevistas para veículos de comunicação esportiva que questionam sua presidência, ao invés de responder as críticas, como dizem: quem cala consente.

(MM)

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

SÉRIE ÍDOLOS

Neco

Atleta de vanguarda. Assim pode ser considerado Manuel Nunes, mais conhecido como Neco. Um dos primeiros curingas do futebol brasileiro, já que atuava como ponta-esquerda, centroavante e meio-campo. Começou a jogar pelo Corinthians em 1913 e, um ano depois, foi campeão paulista pela primeira vez, e artilheiro com 12 gols, feito que repetiria em 1920 com 24 gols. Em 1915, Neco esteve emprestado ao Mackenzie, mas não esqueceu o seu time do coração.

Em 1916, de volta ao Timão, Neco outra vez sagra-se campeão paulista. O fato se repetiria em 1922, 1923, 1924, 1928 e 1930. Esses títulos deram ainda ao craque a condição de, junto com Amilcar Barbuy, ser o primeiro corintiano convocado para a Seleção Brasileira.

Todas essas conquistas fizeram de Neco o primeiro ídolo corintiano e também o primeiro jogador a ter um busto no Parque São Jorge. Durante 17 anos defendendo o alvinegro paulista, Neco disputou 296 jogos (215 vitórias, 35 empates e 46 derrotas), marcou 235 gols - é o quarto maior goleador do Timão - e até hoje é lembrado pela nação corintiana, que o idolatra já há mais de noventa anos.

*Algumas informações extraídas do livro "O dia em que me tornei... Corintiano", de Marcelo Duarte.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

A Força do Conjunto

A Copa de 2006 seria a consagração do futebol arte, a Inglaterra vinha com um time extremamente talentoso, dispunha de jogadores qualificados em todos os setores. O Brasil então nem se fala, vinha com uma equipe repleta de estrelas, era só colocar em campo que não poderia haver erro, nem precisaria treinar, pelo menos deve ter sido o que pensou Carlos Alberto Parreira, técnico da seleção na época, pois cada treinamento canarinho era um show de pura exibição, uma festa só.

Mas quando a bola rolou para valer a coisa mudou de figura, times até então considerados limitados como Itália e Alemanha começaram a mostrar a força do conjunto e da determinação, enquanto Inglaterra e principalmente o Brasil, se apresentavam como um amontoado de craques, sem nenhuma identificação com o país que representavam e sem esquema tático e jogadas bem treinadas.

Ao final, a Alemanha fez uma copa inesquecível, terminando na terceira colocação sendo muito festejada pelo seu povo e a Itália se sagrou tetracampeã. Brasil e Inglaterra acabariam nas modestas quinta e sétimas posições, respectivamente.

Nesse final de semana tivemos o término da Copa das Nações Africanas. O torneio ganhou muito prestígio em suas últimas edições devido ao grande número de jogadores africanos atuando nos principais torneios do mundo. Os times de Gana, Camarões e Costa do Marfim entraram como favoritos. Jogadores como Samuel Eto`o, Essien, Drogba eram algumas das estrelas que compunham essas seleções.

Porém assim como na Copa de 2006, a campeão foi uma equipe que teve como maior arma o conjunto, uma seleção muito bem montada taticamente. O Egito apresentou uma equipe com apenas dois jogadores atuando fora do país, mas com um entrosamento de fazer inveja a muitos clubes, com jogadas ensaiadas e proposta de jogo bem definida, jogando um futebol de qualidade, digno de um campeão do futebol moderno.

Não acho que isso provou a perda de importância dos craques e que jogadores como Cristiano Ronaldo, Ronaldinho, Henry, Drogba não possam desequilibrar e ganhar uma partida. Só que eles precisam estar respaldados por um time bem entrosado para serem os jogadores diferenciados que costumamos ver nos clubes.
(MM)

sábado, fevereiro 02, 2008

Entrevista: Izidoro Lopreto Filho

Conforme anunciado no post anterior, damos início aqui a série de entrevistas com jornalistas e membros de torcidas organizadas para falarmos a respeito do papel da imprensa na violência do futebol. Um dos nossos entrevistados foi Izidoro Lopreto Filho, então diretor da torcida Mancha Alvi-Verde, do Palmeiras. A conversa com Marcelo Manfré ocorreu no dia 28 de junho do ano passado.


Marcelo Manfré: A violência do futebol, como que a mídia aborda isso?
Izidoro Lopreto Filho: A mídia ela aborda do jeito que ela acha mais conveniente, do jeito que ela acha que ela vai conseguir bons números de pontos no ibope e maior número de vendagens de jornal e revistas, então ela é muito sensacionalista, tá? Então ela, isso como tem um jogo entre Palmeiras e Corinthians, por exemplo, e não há um ato de violência, não há nenhum caso grave de violência nem ocorrência nenhuma, isso daí pra eles é uma frustração muito grande, porque o que dá audiência é exatamente a violência, então eles abordam o máximo possível porque é o que vende.

Como você acha que seria um jeito melhor de tratar esse assunto? Você vê algum ponto, alguma forma que ela trataria melhor, algumas coisas que ela poderia deixar de fazer e outras coisas que ela poderia fazer para ela influenciar de uma forma mais positiva?
Não, não. Eu acho que a imprensa, toda a mídia, às vezes os próprios jogadores de futebol ele que promove a violência, ta? Às vezes a gente pode até fazer o jogo, assim, de paz, sem problema nenhum e um jogador incita outro jogador ou um jogador vai lá na hora que marca um gol vai comemorar o gol na torcida adversária.

(Interrompendo): Nesse caso, o Showball, por exemplo?
Exatamente. Isso aí são tudo coisas que eles incentivam à violência. E a mídia também. Às vezes ela faz determinado tipo de colocação ou algumas manchetes de jornais que tenta provocar uma torcida à outra.

Se o jogador briga, ou provoca em campo, isso chega a torcida?
Com certeza, não há dúvida nenhuma. Eu nunca me esqueço do jogo Palmeiras e São Paulo, que era o jogo da paz e saiu uma briga dentro do campo, e aquela paz que estava no início do jogo, virou campo de guerra. Então, saiu de dentro pra fora. Geralmente as brigas que acontecem dentro do estádio de futebol ou ao redor é de dentro pra fora, aí criam essas rivalidades.

Você lembra de alguma vez que essa briga aconteceu porque a mídia forçou algo entre jogadores ou entre as torcidas?
Não, isso não. Isso daí, que eu tenha conhecimento, não. Seria muito leviano se eu fizesse uma afirmação dessa. Isso eu não me recordo de ter feito isso. Não, assim, o torcedor de torcida organizada, o próprio torcedor comum de futebol, às vezes ele é uma pessoa. Às vezes não, normalmente, ele é uma pessoa que não é bandido, que não é marginal. O torcedor de futebol, ele é apenas ele, ele é um apaixonado pelo seu clube, e muitas vezes, essa pessoa que é apaixonada pelo seu clube, ele trabalha, estuda, tem uma família, tem uma vida normal. Só que quando ele põe a camisa do seu clube, e se junta a três ou quatro, ele se transforma. Agora, isso tudo, a gente resume na palavra paixão. Quando envolve paixão, tudo é possível, haja vista quando você vê aí alguns crimes que acontecem passionais, crime de pessoas que matam a mulher, ou que mulher mata o homem. Quê isso? É paixão. Tá, então, dá aquele branco, a pessoa fica cega, e às vezes ele comete atitudes impensadas, mas tudo movido pela paixão.

Então, vamos supor: se a mídia tomasse uma postura de evitar nos clássicos de fazer esse negócio de colocar um contra o outro. De repente, analisar o clássico como uma disputa, sem falar que o jogador falou isso de um time, falar que o jogador provocou o adversário, ela ajudaria a diminuir?
Dentro de cada, de determinadas situações, mas é, é aquilo que eu te falei, logo no início, pra mídia isso não é interessante. Porque eles querem audiência, eles querem vender, mas, eles querem vendagem. Então, como tava falando, você se lembra de antigamente? Apostas de jogadores. Eles até promoviam apostas entre os jogadores. Isso aí foi proibido. Por quê? Porque já incentivava uma provável disputa, porque tudo vem de dentro pra fora, tudo, tudo, não adianta.

Você acha que o linguajar na hora que a mídia trata o jogo, como esse “jogo de vida ou morte”, “guerra”, isso é uma linguagem adequada, ou ele incendia...
... é pra tentar instigar ainda mais...

... pra criar um clima?
Lógico. Porque, o que que acontece? Eles vivem disso, eles vivem do futebol. Então, eles precisam fazer a divulgação que eles fazem, de graça teoricamente, eles vivem disso. É aquilo que eu te falei, o clássico sem violência, quer entre os jogadores, vamos supor, um jogo sem nenhuma ocorrência é mais um jogo, tá? Aí vamos supor, joga Corinthians e Palmeiras, no sábado, e não aconteça nada, se Deus quiser, tranqüilo e tal, um jogo 0 a 0. Aí joga Santos e XV de Piraporinha, lá em Santos. Quebra um pau desgraçado, o foco vai ser em cima do jogo do Santos.

Nota do Blog: Atualmente, Izidoro não faz mais parte do quadro de membros da torcida organizada Mancha Alvi-Verde. Sua saída se deu no final de 2007, por razões não divulgadas.